É fato que questões psicológicas podem interferir na saúde de um indivíduo, e a síndrome da conversão, por exemplo, é capaz de levar o paciente para o centro de emergências de um hospital. Pessoas vítimas dessa síndrome acabam apresentando sintomas típicos de pacientes com problemas neurológicos, psiquiátricos e cardíacos.
A transferência do campo emocional para o físico não acontece por vontade do paciente nem pode ser induzida, mas sim de maneira inconsciente, ainda que os sintomas físicos sejam facilmente delineados.
Dificuldades respiratórias; incapacidade de andar e falar; bloqueios de visão, audição e fala representam um acidente vascular cerebral (AVC) ou, ainda, que o paciente ingeriu drogas, machucou a cabeça de alguma forma ou é epilético. Após solicitar uma série de exames neurológicos, o médico vai perceber que não houve um episódio de AVC ou epilepsia. Além disso, o paciente não se acidentou nem ingeriu drogas. É comum, nesses casos, que o quadro seja diagnosticado como uma crise histérica nervosa.
O fato é que o termo “histeria” deixou de ser utilizado há pouco tempo, na era da psicoterapia moderna, e a palavra “conversão” passou a ser adotada para definir esses casos.
A conversão pode estar ligada a diversos traumas emocionais ou experiências de estresse extremo. Transformar essa dor psicológica em uma dor física é um mecanismo do próprio corpo humano, porém, como ocorre essa transferência é um processo ainda pouco conhecido pela ciência.
Todo tratamento que envolva questões psicológicas exige uma ação conjunta entre médicos, terapeuta, psicólogo e outros profissionais. Pode-se recorrer à terapia cognitivo-comportamental (TCC), que é uma técnica moderna e bastante eficaz de tratamento, demonstrando sucesso em pacientes que tratam depressão e ansiedade.
Em alguns casos, a síndrome requer também fisioterapia, quando os danos físicos são mais intensos e afetam habilidades motoras. Em casos ainda mais severos, quando o paciente apresenta alterações neurológicas.
No passado a síndrome já foi considerada exclusiva das mulheres, porém, cientistas modernos já comprovaram que a condição não tem nada a ver com o gênero, sendo possível, portanto, que tanto homens quanto mulheres possam apresentar os sintomas da conversão.
No entanto, há um fator externo que pode facilitar o aparecimento da síndrome. Em países onde a cultura reprime manifestações emocionais de tristeza, sexualidade e até mesmo alegria, as pessoas são mais suscetíveis a apresentar esses sintomas.