De modo geral, a população feminina apresenta peculiaridades no que diz respeito a diversos âmbitos da saúde, passando por etapas diferentes ao longo dos anos. Nesse sentido, adotar cuidados essenciais relativos à saúde da mulher não apenas assegura a longevidade, mas especialmente, a preservação da qualidade de vida.
Além disso, os benefícios de manter esse olhar atento não param aí, já que essa cautela viabiliza, por exemplo, o diagnóstico precoce de doenças, o que possibilita a prevenção, antes mesmo que surjam ou, pelo menos, a elevação expressiva das chances de cura. Pensando na importância desse tema, neste post, vamos abordar os principais tópicos e sanar as dúvidas mais comuns. Continue a leitura!
Quais são as principais mudanças que ocorrem no corpo feminino?
Não há como falar das mudanças mais perceptíveis que acontecem no corpo das mulheres, sem citar os hormônios femininos. Eles agem de várias maneiras no organismo e influenciam desde a sensibilidade e as emoções até o desenvolvimento do aparelho reprodutor e outras transformações corporais.
Ao longo dos anos, a quantidade desses hormônios passa por inúmeras alterações, o que implica impactos no metabolismo, no corpo e, inclusive, no comportamento. Nesse contexto, os principais são:
- estrogênio, cuja produção é feita pelos ovários, e que tem influência direta sobre os ossos, a pele, o humor e as mamas;
- progesterona — produzido após a ovulação, que, combinado ao primeiro, é responsável pela preparação uterina para o recebimento do embrião e, quando não ocorre a gestação, tem seus níveis diminuídos, levando à menstruação;
- testosterona que, mesmo não sendo um hormônio exclusivamente feminino, é produzido também pelas mulheres (em quantidades menores) e gera reflexos na disposição, no desejo sexual e no ganho de massa muscular.
Atuação dos hormônios em cada fase da vida da mulher
Além dos ciclos menstruais, as mudanças hormonais têm impactos diferentes em cada etapa da vida da mulher. Veja!
Aos 20 anos
Com o aumento na produção, ocorre o “auge” da fertilidade, quando as chances de gestar e ter uma gravidez saudável são expressivamente maiores. O metabolismo também está mais acelerado nessa fase da vida, facilitando o aumento da massa muscular e a perda de gordura.
Aos 30 anos
Há uma queda na produção hormonal, levando a modificações na composição corporal, reduzindo a massa magra e, inclusive, favorecendo o acúmulo de gorduras. A fertilidade também é impactada, já que após os 35 anos, pode cair até 50% , é a fase que antecede o climatério e, onde ocorre a menopausa.
Aos 40 e aos 50 anos
Nessa fase do climatério, acontece uma redução drástica na produção dos hormônios e, nesse período, surgem também os sintomas da menopausa, que pode ter início a partir dos 45 anos. Nesse caso, os sinais mais comuns envolvem suores noturnos, diminuição do desejo sexual e da lubrificação vaginal, perda de massa óssea, calores, elevação do risco de surgimento de doenças cardiovasculares e oscilações no peso.
Por que ter cuidados especiais com a saúde da mulher?
O espaço que, felizmente, as mulheres conquistaram, e continuam conquistando, na sociedade trouxe a elas uma rotina preenchida com inúmeros compromissos. Afinal, nos dias de hoje, elas desempenham os papéis que quiserem, indo bem além da maternidade.
No entanto, mesmo com um cotidiano mais corrido, é indispensável dar a devida atenção à qualidade de vida e ao bem-estar, com o objetivo de melhorar e até elevar a expectativa de vida. Nesse contexto, o cuidado com a saúde da mulher, entre outras medidas, engloba:
- fugir de fatores de risco;
- manter hábitos saudáveis;
- ter um bom acompanhamento médico;
- manter uma vida sexual satisfatória e segura;
- considerar as questões emocionais etc.
Nesse sentido, é importante destacar que, ao falarmos de saúde, consideramos um contexto amplo, no qual ela não significa somente a ausência de doenças. Além disso, é indispensável que se saiba que não há uma etapa ideal para começar a fazer escolhas mais saudáveis e, portanto, nunca é tarde para começar e mudar velhos costumes.
Como dito, cuidar da saúde feminina é essencial para prevenir, diagnosticar, de forma precoce, e tratar diversas condições que estão associadas à anatomia da mulher.
Quais são os cuidados específicos com a saúde da mulher?
A verdade é que ser mulher ,atualmente, em grande parte dos casos, implica ter de encarar jornadas duplas, e até triplas, para conseguir conciliar todas as responsabilidades. Seja por necessidade, seja por escolha, uma parcela expressiva tem de fazer um verdadeiro “malabarismo” para manter o equilíbrio na vida real e dar conta da carreira, dos afazeres domésticos, da família, do desenvolvimento pessoal e intelectual etc.
Assim, não é incomum que algumas medidas fundamentais relativas à manutenção da boa saúde fiquem em segundo plano. Pensando nisso, nesta seção, listamos 6 ações a serem colocadas em prática para assegurar o bem-estar feminino. Confira!
1. Cuidar da saúde mental
Manter a saúde mental em dia é fundamental para que todos os momentos sejam vividos da melhor forma possível. Nesse contexto, a identificação precoce de eventuais sintomas psíquicos que possam ser associados a transtornos, tais como, depressão, insônia, ansiedade e estresse. Nesse caso, a busca por uma ajuda profissional, são duas medidas decisivas.
Afinal, é sabido que muitas mulheres estão sob circunstâncias que elevam a sua vulnerabilidade, como a concentração em profissões menos valorizadas, o acesso reduzido a espaços de decisão no universo econômico e político, a exposição à violência — física, doméstica, sexual, econômica, psicológica, etc. Sobrecarregadas, o cuidado com elas mesmas acaba sendo deixado de lado.
Já em se tratando do grupo pertencente a faixas etárias mais avançadas, é necessário, inclusive, levar em conta outros fatores, como o isolamento social e as alterações fisiológicas. Diante disso, é importante reservar na rotina um momento para o autocuidado, apostando, por exemplo, em passatempos que tragam satisfação pessoal. Outras boas práticas nesse sentido são:
- aprender um idioma novo;
- exercitar-se;
- ouvir música;
- tocar um instrumento;
- incluir no cotidiano outras atividades que ajudem a atenuar os níveis de estresse
2. Praticar atividades físicas
Complementando o tópico anterior, é válido destacar que a prática regular de atividades físicas, de modo geral, não tem qualquer contraindicação, desde que haja a supervisão de um profissional de Educação Física e respeito a eventuais limitações físicas.
De modo geral, os esportes têm o potencial de trazer diversos benefícios para a saúde, a exemplo da ativação dos circuitos cerebrais, da diminuição dos riscos de surgimento de doenças cardiovasculares, do fortalecimento do sistema ósseo e da imunidade e da melhora da circulação sanguínea. Além disso, atualmente, o sedentarismo é considerado uma doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
A condição é, na verdade, uma das principais causadoras de outros problemas, como diabetes, obesidade, hipertensão, transtornos emocionais e doenças cardiovasculares. Assim, o indicado é inserir na rotina (pelo menos, três vezes por semana) 30 minutos de atividades físicas.
3. Não deixar a autoestima de lado
Quando o assunto envolve cuidados com a saúde da mulher, a autoestima é um aspecto que requer total atenção. Afinal, sem ela, é comum que outros problemas surjam, como a ausência de vontade de cuidar de si mesma, a falta de iniciativa de procurar soluções para os desafios enfrentados no dia a dia e, até mesmo, o desrespeito aos limites do corpo.
Por outro lado, uma mulher com boa autoestima se preocupa com o próprio bem-estar. Sendo assim, trabalhe o autoconhecimento para viver melhor, já que a visão que as pessoas têm acerca de si mesmas determina a maneira como elas se colocam e se portam na vida, bem como o valor que se dão, ao trabalho que desempenham, às próprias vontades e opiniões etc.
4. Aumentar o consumo de água e diminuir a ingestão de sal
O sal, quando em altas quantidades, pode comprometer a saúde da mulher, contribuindo também para o inchaço da barriga, das pernas, dos pés e de outras regiões do corpo. Além disso, a retenção de líquidos, que é provocada pela ingestão excessiva do sal, sobrecarrega os rins, o coração e os vasos sanguíneos, elevando o risco de hipertensão.
Por outro lado, hidratar-se de forma contínua é essencial para manter o metabolismo, o bom funcionamento do intestino e as atividades celulares. Normalmente, o indicado é que, pelo menos, dois litros de água sejam ingeridos diariamente.
5. Manter o peso sob controle
Nesse caso, não se trata de estética, mas sim, de saúde da mulher. Afinal, a obesidade tem o potencial de desencadear graves consequências, elevando o risco de diabetes, de acidente vascular cerebral (AVC), de hipertensão, de alguns tipos de cânceres etc.
Por essa razão, é superimportante controlar o peso, o que pode ser conseguido a partir da manutenção de uma dieta balanceada e equilibrada.
6. Alimentar-se bem
Complementando o tópico anterior, a alimentação saudável se faz necessária em todas as fases da vida da mulher, desde os primeiros anos até a terceira idade. Isso porque a ingestão regular de alimentos in natura ou minimamente processados pode reduzir o risco de algumas condições, como o aumento do colesterol, garantindo também o bem-estar mental e físico.
Quais exames precisam ser feitos de forma recorrente?
Normalmente, todos nós nascemos já realizando exames, como o teste do pezinho, na própria maternidade. No entanto, com o passar dos anos, é importante que as mulheres realizem outros que podem ser solicitados com uma regularidade variável, geralmente, de acordo com os hábitos de vida, o histórico familiar e a avaliação do profissional da área médica.
Nesse contexto, há tanto aqueles mais generalistas quanto outros mais pontuais, e pedidos durante fases mais específicas da vida. Veja, a seguir!
Ao longo de toda a vida
A dosagem de inúmeros elementos presentes no organismo, principalmente, no sangue, permite que as condições gerais de saúde da mulher sejam avaliadas ao longo da vida. Assim, vários exames laboratoriais podem ser solicitados por especialistas, como o clínico geral, o endocrinologista e o ginecologista.
A frequência, nesse caso, costuma ser anual, mas é possível que haja variações a critério do médico. Veja quais são os principais.
Hemograma
Conhecido como o exame de sangue completo e que possibilita a análise do volume, da quantidade e do funcionamento de células distintas que compõem o sangue, incluindo as plaquetas, os leucócitos (que são os glóbulos brancos) e as hemácias (que são os glóbulos vermelhos). Por meio dele, torna-se viável identificar algumas doenças, como anemias, e considerar a possibilidade de alguns cânceres e infecções.
Dosagem de hormônios da tireoide
Avalia a quantidade presente de TSH, viabilizando a identificação de hipertireoidismo e hipotireoidismo, entre outras condições.
Exame de urina
Tem o potencial de detectar infecções urinárias e mudanças no funcionamento dos rins a partir da análise da densidade, do pH, da coloração e da dosagem de sangue, glicose, leucócitos, proteínas e outros indicadores.
Ureia e creatinina
Essa dosagem é importante para avaliar o funcionamento dos rins, já que a elevação dessas substâncias no sangue pode indicar problemas no órgão, em pacientes hipertensos. A insuficiência renal, por exemplo, costuma se instalar de maneira bastante silenciosa, desencadeando sintomas somente em estágios bem avançados.
TGP e TGO
Também conhecidas como ALT e AST, cuja dosagem ajuda a avaliar o desempenho do fígado, indicando eventuais problemas relativos ao órgão, como câncer, cirrose e hepatites. Além disso, esses exames laboratoriais podem sinalizar a existência de doença celíaca, lesões musculares, infarto, pancreatite e outras condições.
Triglicerídeos e colesterol
Com a medição do primeiro e das taxas de LDL, HDL e VLDL na corrente sanguínea, a fim de permitir a detecção de um eventual aumento no risco de surgirem problemas cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e formação de placas nos vasos (aterosclerose).
Glicemia em jejum
Basicamente, consiste na dosagem de glicose no sangue após oito horas de jejum para a identificação de pré-diabetes ou diabetes.
A partir do início da vida sexual
A partir do desenvolvimento dos órgãos reprodutivos, outros cuidados relativos à saúde da mulher entram em cena. Confira o que incluem.
Exame papanicolau
É uma raspagem do colo do útero para que sejam coletadas células que serão analisadas em laboratório, permitindo o diagnóstico de algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HPV e tricomoníase, além de lesões pré-cancerosas.
Exame das mamas e pélvico
Geralmente, é realizado durante a consulta com um ginecologista, de modo que, por meio da apalpação e da observação visual, torna-se possível verificar se há presença de corrimentos, infecções no colo do útero e sangramentos, além de alterações nas mamas e nódulos.
Transvaginal e ultrassom pélvico
Costumam ser indicados quando há necessidade de investigar alguma possível alteração observada no exame pélvico, identificar tumores e miomas, confirmar uma possível gestação e, inclusive, de definir o melhor período para realizar a fertilização em mulheres que estejam em tratamento para engravidar.
A partir dos 30 anos
Nessa faixa de idade, normalmente, os riscos de desenvolvimento de variados tipos de cânceres e de problemas na tireoide aumentam. Logo, é possível que o médico solicite exames complementares e que podem ser realizados a partir do início da vida sexual. Saiba:
- ultrassom abdominal, que viabiliza a avaliação de determinados órgãos, como rins, fígado, pâncreas, vesícula biliar, baço, veia cava inferior e aorta, especialmente, quando o intuito é investigar dores na região abdominal e possíveis tumores que estejam ocultos, além de condições preexistentes;
- vulvoscopia e colposcopia, que consistem em uma análise da vulva, do colo do útero e da vagina com um detalhamento maior a partir do auxílio de colposcópio;
- ultrassom de tireoide que, usualmente, é indicado quando há a suspeita da presença de nódulos, seja no exame clínico, seja no autoexame, afinal, se o câncer de tireoide for descoberto precocemente, há expressivas chances de cura.
A partir dos 40 anos
Após os 40 anos de idade, é importante que as mulheres voltem a sua atenção a possíveis problemas cardiovasculares e à elevação dos riscos de desenvolvimento do câncer de mama, demandando, assim, a inclusão de novos exames, como:
- mamografia, que é o exame principal para o rastreamento do câncer de mama, sendo fundamental porque, caso a doença seja detectada nos estágios iniciais, as chances de cura são significativas;
- ecocardiograma, que tem a finalidade de viabilizar a avaliação do funcionamento e da estrutura do coração, permitindo que o médico estude o órgão a partir de imagens em movimento e estáticas;
- eletrocardiograma, que registra os batimentos cardíacos em repouso e em atividade, e a frequência, a fim de investigar eventuais alterações. Após a menopausa, o risco cardíaco aumenta, mas é possível que o médico solicite o exame antes desse período se houver fatores considerados agravantes, como obesidade e hipertensão.
A partir dos 50 anos
Mesmo que o climatério possa ter início anos antes, essa é a média de idade da menopausa entre as brasileiras e, por isso, há a necessidade de realizar outros exames a fim de verificar a existência de alterações relativas a esse fenômeno fisiológico.
Além disso, é também nessa faixa etária que há um risco maior de desenvolver problemas oftalmológicos e alguns cânceres. Nesse sentido, veja os principais exames indicados.
Densitometria óssea
Sua indicação é voltada, muitas vezes, para mulheres que apresentam fatores de risco para a osteoporose, como o histórico familiar e pessoal de fraturas, etc. Para aquelas que apresentam baixo risco, por outro lado, a densitometria óssea é recomendável a partir dos 65 anos de idade.
Colonoscopia
Pode ser considerado um exame preventivo, já que permite ao médico identificar lesões com o potencial de se tornarem cânceres, a exemplo dos pólipos. Basicamente, a colonoscopia possibilita a visualização do reto e do cólon no seu interior, visando à prevenção e ao diagnóstico do câncer colorretal.
Pesquisa de sangue oculto nas fezes
Nesse exame, há uma análise química do material fecal para detecção de sangue causado, geralmente, por lesões malignas e pré-malignas no reto e no cólon. Caso o resultado seja positivo, é importante se submeter a outros exames para identificar a origem do sangramento.
Exame de fundo de olho
Torna-se relevante nessa faixa etária — embora possa ser realizado em qualquer idade, se necessário — para o diagnóstico de problemas oftalmológicos, como degeneração macular e glaucoma.
Quais suplementos são essenciais para a saúde da mulher?
Como dito, entre outras boas práticas a serem adotadas no dia a dia, a manutenção de uma dieta saudável e equilibrada é fundamental para fornecer ao corpo todos os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento. No entanto, a partir de algumas fases da vida, geralmente, por volta dos 30 anos, ou quando há deficiências nutricionais a serem supridas, a suplementação pode se fazer necessária.
O zinco, por exemplo, é um mineral essencial para inúmeras funções orgânicas, sendo também usado como um componente para a produção de mais de 200 enzimas que estão relacionadas à manutenção de vias metabólicas importantes. Além disso, esse micronutriente tem uma direta participação no fortalecimento imunológico, já que atua na maturação das células de defesa e na sinalização de possíveis invasores, como bactérias e vírus.
Já a Vitamina E se revela indispensável por conta da sua ação antioxidante e das suas propriedades anti-inflamatórias, que auxiliam na melhora do sistema imune, do cabelo e da pele. Ademais, ela pode auxiliar na melhora da força muscular e da resistência, já que tem o potencial de proporcionar efeitos positivos contra o dano do tecido oxidativo que é induzido pela prática de exercícios.
No entanto, é interessante pontuar que, embora, de modo geral, os suplementos não necessitem de prescrição médica, é altamente recomendável que você seja bem orientado por um profissional da área de saúde. Ele poderá informar acerca da necessidade de administrá-los, das dosagens ideais para o seu quadro e dos nutrientes indicados.
Como você pôde ver, a manutenção da boa saúde da mulher requer uma série de cuidados, como o acompanhamento médico, com a realização periódica de exames generalistas e específicos, de acordo com a faixa etária, e a mudança de hábitos cotidianos. Entre eles, a adoção de uma alimentação mais saudável, rica em nutrientes. Nesse último caso, a depender do quadro clínico, é possível optar pela suplementação, a fim de suprir quaisquer deficiências nutricionais.
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