Muitas pessoas têm dificuldades para tomar decisões. Isso porque todo processo de escolha exige que a gente deixe algo de lado enquanto prioriza outra coisa. Mas como ter certeza de que não haverão arrependimentos mais cedo ou mais tarde?
Questões como essas tendem a surgir em diferentes contextos da vida. A escolha entre uma graduação ou outra; seguir um caminho profissional ou outro; terminar ou não um relacionamento; economizar ou não dinheiro; fugir da dieta ou não.
Isto é, a tomada de decisão pode ser difícil para muitas pessoas. No entanto, esse é um processo essencial e que ocorre em setores importantes ou rotineiros da vida. Normalmente, quem mais sente dificuldade nesses momentos são pessoas muito perfeccionistas, inseguras e com hábitos de procrastinar.
Diante desse contexto, trabalhar a inteligência emocional para lidar melhor com a tomada de decisão pode ser bastante útil. Assim, continue a leitura e saiba mais sobre o desenvolvimento dessa capacidade!
Como ocorre o processo de tomada de decisões?
Os critérios de tomada de decisão variam de uma pessoa para outra. Afinal, isso depende dos contextos culturais e socioeconômicos, da personalidade, do humor e de interferências externas. De todo modo, o processo cognitivo costuma ser muito parecido entre todas as pessoas.
Ou seja, quando as opções existentes elevam a ansiedade e o medo do indivíduo, é comum que o cérebro priorize a proteção. Então, ele opta por caminhos menos criativos e por conexões cerebrais já conhecidas, o que diminui as chances de surpresas.
Por outro lado, em momentos de maior relaxamento, é possível que o cérebro escolha o caminho inverso e mais inovador. Seja como for, qualquer caminho seguido costuma envolver tanto o lado racional como o emocional das pessoas — o último sendo mais comum que o primeiro.
Priorizar o lado emocional nas decisões costuma fazer parte do indivíduo atual. Isso porque tem sido um movimento comum na sociedade focar as relações afetivas, em vez de decisões baseadas em ganhos, por exemplo.
Ainda assim, muitas vezes, o benefício de uma decisão pode ser equivalente aos riscos. Nesses casos, é comum que o cérebro sinta mais dificuldade na escolha, o que exige um esforço mental mais elevado.
Por que muitas pessoas têm dificuldades para tomar decisões?
Como foi possível notar, alguns processos de escolha são mais difíceis do que outros. Estamos falando desde as decisões mais importantes até as mais simples do dia a dia. Independentemente do contexto, cada escolha envolve a eliminação de alguma alternativa.
Se a situação for nova e as possibilidades de caminho desconhecidas, o sofrimento tende a ser ainda mais elevado. Quem passa diretamente por isso é o lobo frontal, situado na região da testa e que trabalha junto ao sistema límbico. É nessa área que as sensações ruins e boas são registradas.
Então, ao se deparar com a necessidade de decisão, o cérebro recorda tais sentimentos. De qualquer maneira, vale destacar que a tomada de decisão exige um gasto considerável de energia. Logo, esse processo pode ser mais difícil quando o organismo não tem energia o suficiente, como em casos de fadiga excessiva, fome, noites mal dormidas etc.
Essa situação tende a piorar se a energia existente for sendo gasta de forma desnecessária com pequenas decisões. É o caso daquelas que devem ser solucionadas com maior objetividade, como a roupa a ser vestida, a comida a ser feita, entre outras.
Diante disso, ao precisar encarar decisões maiores, nosso cérebro está cansado e esgotado. Assim, para muitas pessoas, o mecanismo de defesa adotado é fugir das decisões. Esse quadro é ainda mais comum em adultos que na infância tiveram pouca autonomia, o que diminui a autoconfiança.
Outros contextos que podem atrapalhar a tomada de decisão são:
- ter muitas opções a disposição;
- excesso de perfeccionismo;
- preguiça;
- esquecimento (no caso de pessoas mais distraídas).
Qual a relação entre a inteligência emocional e a dificuldade para tomar decisões?
Ao pensar nas dificuldades para tomada de decisões, é possível entender como isso afeta a vida pessoal e a profissional de cada pessoa. Afinal, as escolhas são necessárias para aumentar a objetividade, a produtividade e o bom desempenho no trabalho.
Do mesmo modo, elas são importantes para relacionamentos mais saudáveis com os outros e consigo. Quanto a isso, saiba que a inteligência emocional exerce um papel fundamental. Prova disso é que pesquisas mostram a relação desse conceito com o aumento das vendas em empresas.
Isso é explicado porque profissionais com inteligência emocional conseguem adotar comportamentos mais adequados e tomar decisões de modo eficiente. Consequentemente, tende a ocorrer uma alta nas vendas e na lucratividade no trabalho.
Por outro lado, colaboradores sem tanta inteligência emocional costumam sentir dificuldades nesse quesito. O motivo é que existe uma maior dificuldade na capacidade de aprender como lidar com a ansiedade e com o medo.
Conseguir ter um maior controle das emoções é uma qualidade cada vez mais necessária. Afinal, a era moderna nos impõe inúmeras pressões diárias — a pandemia da Covid-19 é um grande exemplo disso. Assim, por mais que diversas situações vividas não sejam ideais, elas existem e precisam ser contornadas da melhor forma.
No entanto, as pressões constantes elevam as chances de tomarmos decisões rápidas e pouco embasadas. Por esse motivo que a alta inteligência emocional é tão importante. Então, também é justo dizer que esse conceito auxilia na busca do sucesso e da realização.
Para entender melhor, acompanhe alguns aspectos da vida que são afetados pela inteligência emocional:
- relacionamentos interpessoais;
- saúde física;
- saúde mental;
- atuação no trabalho.
Quais são os pilares da inteligência emocional?
Como você percebeu, a inteligência emocional é fundamental para uma tomada de decisão mais acertada. Afinal, ela contribui para a elevação do foco, concentração e agilidade. Ao mesmo tempo, essa capacidade é importante para diminuir o medo e a ansiedade.
Para alcançar tais pontos, é preciso trabalhar alguns pilares. Conheça mais sobre eles a seguir.
Espiritual
Toda pessoa pode ter valores e bandeiras que defende, o que pode ter ou não relação com dogmas religiosos. Para permanecer bem com esses aspectos, é importante manter atitudes coerentes na sua vida e que não afastem você deles. Tal conquista ajuda você a se sentir bem consigo e a ter uma maior serenidade nas ações.
Social
Os vínculos afetivos são fundamentais para o desenvolvimento da inteligência emocional. Isso porque eles estão associados ao lado emocional e à maior sensação de prazer e bem-estar. De modo semelhante, ambientes tóxicos e relacionamentos abusivos prejudicam tais sentimentos. Logo, é mais difícil manter a serenidade e o gerenciamento das emoções.
Físico
As condições de saúde física também afetam as emoções. Por esse motivo, é essencial focar a alimentação de qualidade e a prática de exercícios físicos. Outros hábitos saudáveis recomendados são evitar o estresse excessivo, manter diariamente um sono de qualidade, além de evitar o excesso de álcool, cigarro e outras substâncias.
Mental
Preservar a saúde mental é outro pilar indispensável da inteligência emocional. Para conseguir isso, os cuidados voltados para a saúde física, o lado social e o espiritual também são importantes. Além do mais, é válido focar a desaceleração e a desconexão da vida. Isso pode ocorrer com auxílio de meditação e diferentes técnicas de respiração.
Quais são as características de pessoas com inteligência emocional?
Diante da importância da inteligência emocional, é importante conhecer as características de pessoas que têm essa capacidade bem desenvolvida. Isso é válido para inspirar e para que você entenda se está no caminho e em quais pontos é possível evoluir. Confira!
Autoconhecimento emocional
Um passo crucial para gerenciar as emoções é conhecê-las. Assim, ao experimentar medo e ansiedade ao lidar com uma situação, por exemplo, você pode atuar da melhor forma. Aliás, sabe o que acontece quando guardamos as emoções? A probabilidade de nos deixarmos levar por elas é muito maior.
Controle emocional
Todos passam por situações de medo, tensão, pressão e outras sensações desagradáveis. No entanto, não é todo mundo que consegue lidar com isso da melhor maneira. Embora pareça complicado no momento, tais sentimentos podem servir para que cada um entenda os seus limites, saiba quando dizer “não” e sair da passividade.
Agora, tudo isso precisa ocorrer com equilíbrio dos setores emocional e racional. Isto é, ações impulsivas e excessivas não combinam com um indivíduo que tem controle emocional. Afinal, a ideia é ser capaz de contornar da melhor maneira as situações desconfortáveis.
Automotivação
Indivíduos com inteligência emocional em alta sabem que existem inúmeros desafios diários, mas que é preciso passar por eles. Sendo assim, eles conseguem se automotivar para adotar posturas mais ativas e saudáveis diante das adversidades.
Exemplos disso podem ser a perda de emprego, o adoecimento de alguém próximo, o anúncio de uma pandemia etc. Naturalmente, passar por essas situações não costuma ser fácil, mas quem entende que elas foram necessárias consegue se motivar a manter comportamentos mais saudáveis.
Logo, os obstáculos surgidos são encarados como parte do processo para quem quer atingir um objetivo específico. Além do mais, a automotivação é importante em momentos de monotonia e atividades repetitivas. Afinal, é preciso driblar a procrastinação e a preguiça.
Reconhecimento dos sentimentos das outras pessoas
Ter empatia, ao se colocar no lugar de outras pessoas e reconhecer seus sentimentos, é uma das maiores qualidades da inteligência emocional. Isso é importante não apenas do ponto de vista pessoal, mas também do profissional. Afinal, ajuda a entender o que os clientes, os gestores e demais colaboradores de uma empresa pretendem.
Esse entendimento leva a adoção de estratégias mais alinhadas com tais expectativas. Consequentemente, é possível elevar a lucratividade e a satisfação dos envolvidos.
Considere também que essa qualidade aumenta a conexão com outras pessoas. Esse é um fator fundamental para evitar discussões e incompreensões nas relações. Tenha em mente que as pessoas são complexas e que podem existir explicações por trás das suas ações.
Relacionamentos interpessoais
Como foi possível notar, os relacionamentos interpessoais são essenciais para que o indivíduo consiga ter uma vivência mais saudável. Porém, para que isso ocorra, não basta ter tais relações. É necessário lidar com elas da melhor maneira e empregar diferentes competências sociais.
Essa iniciativa se relaciona especialmente com as características já citadas. É o caso da empatia, do controle emocional e do autoconhecimento. Afinal, quando alguém tem uma relação positiva consigo, fica mais fácil conviver bem com outra pessoa.
Normalmente, os detentores de todas essas características também costumam ter mais facilidade para a liderança. Isso porque existe a soma de habilidades pessoais com habilidades cognitivas, o que leva a um melhor gerenciamento das próprias emoções e a um maior “jogo de cintura” para lidar com o outro.
Qual a importância do desenvolvimento da inteligência emocional?
Pessoas que apresentam tais características de inteligência emocional otimizam a sua relação consigo e com as outras ao seu redor. Como consequência, tomar decisões pessoais ou profissionais passa a ser mais simples, por mais que esse processo continue desafiador.
Para entender melhor esses benefícios, você pode se colocar no lugar de um contratante. Ao selecionar os colaboradores para uma empresa, é natural que ela considere as competências técnicas de cada um.
Entretanto, as competências comportamentais, como a inteligência emocional, têm sido cada vez mais requisitadas. Imagine, por exemplo, um colaborador que trabalha com economia e que não consegue decidir qual investimento realizar. Certamente, a sua expertise na área não será suficiente.
Um dos maiores desafios aqui é que essa competência não costuma ser diretamente ensinada na faculdade ou em demais centros de ensino. É possível que você a desenvolva ao fazer trabalhos em equipe e ao lidar com as adversidades da instituição. No entanto, é preciso ter mais disciplina para adquiri-la.
Outro ponto importante sobre a inteligência emocional é o quanto ela pode ser útil para relações pessoais. Isso porque é comum que relacionamentos lidem com incertezas e pressões externas e internas.
Então, a capacidade de gerenciar as emoções ajuda os envolvidos a entenderem o que realmente querem e como enxergam um ao outro. Essa clareza é benéfica para dissipar interferências que atrapalhariam a relação.
Quais são as dicas para manejar as emoções?
Ao longo do artigo, você percebeu o quanto as emoções podem interferir na tomada de decisões, especialmente quando elas não são bem gerenciadas. Diante disso, é importante aprender como lidar com elas da melhor maneira. Por isso, listamos algumas dicas de como gerenciar as emoções. Acompanhe!
Mapeie as emoções
Para um melhor controle das emoções, é necessário conhecê-las. Então, repare no seu comportamento para identificar cada uma nas diferentes situações. Por exemplo, às vezes, o que parece ciúmes é somente insegurança em um relacionamento amoroso. E, ainda, o que sinaliza amor talvez se aproxime mais da carência ou da dependência emocional.
Seja como for, o mapeamento é útil para o autoconhecimento e, consequentemente, para a adoção de posturas mais saudáveis diante das adversidades e situações cotidianas. Além do mais, ajuda na melhor tomada de decisão, já que há conhecimento suficiente para diferenciar o certo do errado, bem como a opção mais benéfica da mais arriscada.
Na prática, isso pode ocorrer ao entender quando você se coloca em situações nocivas, como ao depender emocionalmente de outra pessoa. Essa tomada de conhecimento já deixa você alerta para evitar que certas situações se repitam e possa lidar da melhor maneira.
Saiba lidar com emoções negativas
Naturalmente, não é a todo momento que teremos emoções positivas e com orgulho de identificá-las. É o caso da inveja, preguiça, avareza, frustração, falta de motivação etc. Por mais que essas sensações não sejam as ideais, senti-las pode indicar algo a respeito da sua vida.
Por exemplo, você pode sentir raiva ou frustração ao perceber que alguém não elogia sua aparência física tanto quanto o desejado. Nesse caso, identificar o sentimento negativo é útil para uma autorreflexão. Isto é, qual a necessidade de ter a sua beleza afirmada por outra pessoa, em vez de si?
Realizar esses questionamentos é útil para o desenvolvimento da inteligência emocional. Consequentemente, a tomada de decisão pode ser mais simples. Afinal, por que passar tanto tempo pensando na roupa com que vai sair, por exemplo, se você já sabe do que gosta?
Além disso, o entendimento das emoções negativas serve para você assimilar e respeitar seus defeitos. Embora seja impossível alcançar a perfeição, é recomendado buscar melhorar constantemente. A melhor forma de fazer isso é encarando todas as suas facetas, as boas e as ruins. Uma boa dica aqui é escrever sobre emoções e realizar a autoanálise.
Tenha empatia
A inteligência emocional envolve não apenas o entendimento das próprias emoções, mas também as de terceiros. Fazer isso contribui para desenvolver práticas mais saudáveis no ambiente pessoal ou profissional.
Afinal, é comum que muitas pessoas entrem em conflito por não conseguirem compreender a posição do outro. Entretanto, as diferenças sempre existiram e, para uma convivência mais saudável, é preciso aprender a lidar com elas. Isso pode ter a ver com faixa etária, orientação sexual, cor, gênero, posição política etc.
Ignorar tais questões facilmente cria climas instáveis e desarmônicos, seja na vida pessoal, seja na profissional. Portanto, ao notar que alguém pensa ou age diferente de você, tente abrir a sua mente para entender a nova percepção. Essa postura é mais enriquecedora do que se fechar para o outro.
Controle a sua ansiedade
Como foi possível reparar ao longo da leitura, existem inúmeras interferências que podem ativar a ansiedade. É o caso das pressões, das crises humanitárias, políticas e econômicas etc. Porém, desenvolver a inteligência emocional passa por saber lidar com cenários adversos.
Ou seja, é preciso controlar a ansiedade para que isso não interfira na tomada de decisões e nas demais realizações do dia a dia. Isso é necessário para que a afobação não resulte em procrastinação, principalmente ao fazer escolhas.
Para isso, vale usar uma agenda para organizar o tempo de realização de cada tarefa. Essa prática ajuda a trazer uma sensação de maior controle e organização.
Também é recomendado fugir de distrações, como usar dispositivos eletrônicos por tempo excessivo. Essa prática é benéfica também por levar ao melhor aproveitamento do tempo, que você pode preencher com atividades mais prazerosas.
Desenvolva autoconfiança
A inteligência emocional também é útil para que as pessoas consigam evoluir no âmbito profissional ou pessoal. Nesse sentido, é fundamental desenvolver a autoconfiança. Isso porque essa qualidade contribui para que as pessoas busquem sair da zona de conforto, tomem decisões, assumam riscos e corram atrás de seus sonhos.
Claro que chegar a essa posição nem sempre é fácil. Então, para impulsionar a autoconfiança, é recomendado que você reflita sobre as suas conquistas e superações. Enxergar o caminho percorrido facilita a percepção dos esforços envolvidos em prol de um objetivo e de como eles podem ter sido conquistados.
Caso contrário, a falta de confiança pode ser prejudicial para a vida pessoal ou profissional. Logo, é comum que haja a autossabotagem e a estagnação. Naturalmente, fatores como esses também se relacionam com a maior dificuldade na tomada de decisões.
Tenha bons relacionamentos interpessoais
Os relacionamentos interpessoais são essenciais para que cada pessoa desenvolva o autoconhecimento. Afinal, possibilitam interações e servem como um prato cheio para análise do seu comportamento na presença de outra pessoa. Ainda, essa é uma maneira de comparar a sua postura com a de alguém.
Além disso, existem vantagens de desenvolver bons relacionamentos interpessoais. Essas relações ajudam a motivar os indivíduos na busca pelos seus objetivos e a elevar a autoconfiança na tomada de decisões.
Outro ponto positivo dos relacionamentos interpessoais é o maior contato com pessoas de diferentes visões. Isso é útil para aumentar a sua capacidade de ouvir opiniões alheias, aceitar as diferenças e avaliar o seu comportamento em contextos como esses.
Lembrando que é necessário adotar algumas práticas para conseguir se relacionar bem. É o caso de priorizar a sinceridade e a transparência nas relações, ter empatia e saber reconhecer os próprios erros. Ações como essas costumam ser bem-vistas.
Conseguiu entender mais sobre a dificuldade para tomar decisões e qual a relação disso com a inteligência emocional? Aproveite a leitura para colocar as dicas em prática e fazer escolhas mais acertadas no seu dia a dia.
E se você gostou do nosso conteúdo, deixe um comentário nos contando quais são os seus maiores desafios em relação à tomada de decisões. Vamos estender o papo sobre o assunto!