Todo excesso pode ser considerado veneno: o vício em exercícios, por exemplo, coloca a saúde em risco. Sabe por quê? Por aumentar a exposição do seu corpo à possibilidade de danos físicos e a lesões, em especial, se você for do tipo que não descansa.
Além disso, esse quadro também sinaliza para um possível problema psicológico do indivíduo, que sente a necessidade de se exercitar em demasia. Afinal, pode existir uma preocupação excessiva com a aparência física, o que causa baixa autoestima e tende a ocasionar transtornos alimentadores.
Diante disso, é fundamental entender mais sobre a vigorexia — o vício em exercícios físicos — e as consequências desse comportamento. Então, quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e descubra os riscos do vício em exercícios físicos, sintomas e como controlar o problema!
O que é o vício em exercícios físicos?
Esse tipo de vício tem um nome específico, a vigorexia. Embora se relacione com algo saudável, a sua prática excessiva prejudica a saúde física e mental. Afinal, toda atividade realizada precisa de intercalações com outras.
Quando se trata de exercícios físicos, é especialmente importante ter o descanso. Isso contribui para que as fibras musculares se regenerem completamente, o que é fundamental para reparação, fortalecimento e crescimento dos músculos.
Diante disso, é natural afirmar que a vigorexia traz prejuízos à qualidade de vida do indivíduo. Isso porque, assim como qualquer outro tipo de vício, ela leva à dependência, à compulsão, pode afastar as relações sociais etc.
Quais são os sintomas do vício em exercícios físicos?
Quer entender melhor qual o limite entre a busca saudável e recomendada pela prática de atividades físicas e o vício? É importante conhecer os sintomas desse problema. De modo geral, os profissionais da saúde indicam a prática de exercícios de três a seis vezes por semana, e entre 40 a 60 minutos.
No entanto, algumas pessoas têm desejo de se exercitar mais de uma vez durante os sete dias da semana. Juntamente a isso, existe a possibilidade de compromissos profissionais e até pessoais serem desmarcados para que tais demandas sejam atendidas. A situação piora ainda mais, se elas ocorrerem mesmo com o indivíduo lesionado.
Em outras palavras, trata-se de um comportamento compulsivo, incontrolável, e que se mostra mais importante do que outras atividades. Normalmente, tudo isso é acompanhado de boas intenções, o que torna difícil enxergar o vício. É o caso da perda de peso para uma ocasião ou até recomendação médica. Por esse motivo, é difícil identificar o problema.
Além disso, é comum que a vigorexia ocorra em pessoas que já têm outros transtornos, como ansiedade ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). De todo modo, é importante mencionar que esse problema ocorre em uma pequena porcentagem da população, e apenas especialistas estão aptos para diagnosticar o quadro.
Quais são os sintomas da abstinência de exercícios físicos?
Da mesma maneira que existem sintomas que evidenciam a possibilidade da vigorexia, a abstinência de atividades físicas também pode indicar um problema. Um dos principais deles é a ansiedade diante da impossibilidade de se exercitar, como em casos de lesões e doenças.
Isto é, pessoas saudáveis em relação a esse assunto, como atletas de elite, de modo geral, entendem a importância de se afastar dos treinos para recuperação do corpo. Por outro lado, quem tiver vigorexia terá dificuldades nessa etapa. É o caso de pelo menos 28% dos atletas, segundo pesquisas da Unifesp.
Assim, de modo similar à abstinência sentida por viciados em drogas ilícitas, álcool, jogos etc., o corpo se mostra dependente das atividades físicas. Além da ansiedade, baixa energia, irritabilidade, mau-humor, desânimo e tristeza também são sintomas desse problema.
Isso é explicado porque em vícios, de forma geral, os neurotransmissores e os sistemas de recompensa do cérebro são ativados. Ainda, a dopamina, responsável pela sensação de prazer e aumento da motivação, também é liberada. Então, ao reduzir a carga de exercícios e deixar de lado esses fatores, o indivíduo sente um forte impacto no seu bem-estar.
Como controlar o vício em exercícios físicos?
Diante das consequências da vigorexia, é fundamental descobrir maneiras de como controlar esse vício. Logo, saiba que as recomendações gerais são similares às direcionadas para pessoas com qualquer outro vício. Afinal, o objetivo é manter o equilíbrio e o controle das atividades.
Para isso, é preciso ter o acompanhamento com especialistas, que costumam reduzir a carga de exercícios físicos gradualmente. É parecido com o processo adotado com viciados em nicotina, que tendem a ser incentivados a largar o cigarro e se recuperar aos poucos.
Outro ponto que deve ser incentivado nesse processo é a reflexão dos pensamentos, crenças e motivações da vigorexia. Isso contribui para que o próprio paciente tenha a percepção da importância do descanso e de realizar outros afazeres, além dos exercícios. Atingir esse objetivo é um desafio contínuo, e que precisa ser realizado com auxílio de profissionais, como psicólogos.
Quais são os gatilhos para o vício em exercícios físicos?
O vício em exercícios físicos pode ter diferentes gatilhos para cada pessoa. Na sociedade atual, um dos mais comuns é a busca incansável por um ideal de beleza, incentivado pela mídia e pela sociedade em geral. Então, é possível que muitos passem a enxergar defeitos estéticos e busquem resolvê-los com exercícios em demasia.
Outro ponto que pode atuar como gatilho e exige muito cuidado é o uso de aplicativos e aparelhos que monitoram o volume de atividades físicas. Especialmente, quando eles são compartilhados nas redes sociais, uma competição pode ser incentivada de modo obsessivo para que uns superem os outros em relação ao ritmo e ao volume de treino, além do progresso envolvido.
Diante de fatores como esses, é fundamental buscar o equilíbrio para evitar o vício em exercícios físicos. Naturalmente, isso não é tarefa fácil. Logo, ao notar os sinais em si e em outra pessoa, é recomendado que você procure ou indique a busca por ajuda de profissionais, que são os mais indicados para diagnosticar, avaliar os sintomas e propor tratamentos.
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