A ansiedade em crianças pode se tornar um grande problema quando passa a interferir negativamente no dia a dia delas, a ponto de impedi-las de desfrutar dos seus hábitos diários e de impactar até o processo de aprendizagem e as interações sociais.
Caracterizada como uma disfunção de ordem emocional, em razão dos diversos prejuízos em potencial, é essencial que os responsáveis e/ou outros adultos saibam identificar alguns dos sintomas, como medos sem aparente fundamento, choros inexplicáveis e falta de ar.
Pensando em ajudar você nessa missão de apoio e proteção, vamos explicar aqui o que é ansiedade, as causas mais comuns e as melhores práticas para combater o transtorno em crianças. Boa leitura!
O que é ansiedade?
A ansiedade, por si só, é uma reação comum e que todas as pessoas têm diante de determinadas circunstâncias do cotidiano. Por exemplo, na véspera de uma prova importante, ao precisar falar em público, quando a expectativa para uma data especial é alta etc. Porém, há quem vivencie essa sensação com maior frequência e intensidade.
Nesses casos, a reação já pode ser considerada uma condição patológica e comprometer o bem-estar emocional. Inclusive, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 264 milhões de indivíduos convivem com transtornos de ansiedade no mundo. No Brasil, por sua vez, a desordem afeta 9,3% da população.
Nesse contexto, tanto a ansiedade quanto os transtornos de ansiedade já são vistos sob uma ótica distinta, pois representam um conjunto de distúrbios de ordem psiquiátrica marcados por uma preocupação constante e/ou excessiva de que algo negativo acontecerá. Isso ocorre mesmo quando inexistem indícios que possam “despertar esse alerta”.
Assim, especialmente durante crises de ansiedade, as pessoas enfrentam dificuldades em se ater ao momento presente, experimentando uma tensão elevada. Tal quadro, infelizmente, vem afetando cada vez mais crianças e adolescentes.
Quais são os sintomas da ansiedade em crianças?
Em se tratando da ansiedade em crianças, essa reação deixa de ser vista como algo natural quando perturba o dia a dia de modo acentuado. A condição provoca prejuízos em áreas diversas e impede a realização de atividades que antes faziam parte do cotidiano.
Em casos assim, há uma série de sintomas que podem indicar a presença do quadro clínico. Podem ser dores no corpo, tremores, tonturas etc. Lembrando que vai depender da intensidade, da duração e da ausência de outras condições que justifiquem o seu surgimento.
A seguir, veremos mais detalhadamente os sinais mais comuns. Confira!
1. Alterações no apetite
As alterações no apetite seja uma redução, seja um aumento da vontade de comer podem estar diretamente associadas a questões psicológicas.
Durante os anos da infância, a criança está passando por uma fase de formação da própria personalidade. E tanto fatores internos quanto externos têm o potencial de gerar não apenas variações no humor, mas também tristeza, estresse e ansiedade.
2. Desmotivação
A desmotivação em relação a atividades antes prazerosas também pode representar um sinal de alerta. Afinal, crianças que não têm vontade de brincar e/ou de interagir com outras, que não demonstram interesse por nada e que permanecem quietas por longos períodos, possivelmente, estão lidando com alguma desordem psicológica.
3. Dificuldades para dormir
Muito se fala sobre a necessidade de as crianças seguirem uma rotina. No entanto, problemas familiares, medos e transtornos que afetam a saúde mental infantil, como a ansiedade, podem desencadear quadros de insônia.
Nessas circunstâncias, é comum que haja resistência ao sono e essa dificuldade em adormecer pode ser mais um indício de que é o momento de procurar ajuda profissional.
4. Queda no rendimento escolar
Mais um dos sintomas da ansiedade em crianças é a queda no desempenho escolar. Isso porque, em muitos casos, a desordem é acompanhada de dificuldades de concentração, o que impacta negativamente o estudo e a absorção dos conteúdos.
Além disso, uma crise de ansiedade em crianças que estejam em período de avaliação, em razão do receio de fracassar nas provas, pode igualmente afetar o rendimento.
Quais são as principais causas dessa condição?
A ansiedade em crianças não costuma estar associada a uma causa específica. Porém, alguns fatores têm o potencial de elevar a probabilidade de surgimento do quadro patológico, como:
- timidez excessiva;
- histórico familiar de desordens emocionais;
- vivência de eventos estressantes e/ou angustiantes, como a morte de alguém próximo;
- alterações em neurotransmissores cerebrais;
- convivência diária em um ambiente familiar conflitante, gerando uma tendência de a criança reproduzir as condutas que vê em casa.
Quais medidas os pais e/ou responsáveis podem tomar?
Mais importante que manter um olhar atento para perceber os sinais mais expressivos é, a partir dessa percepção, saber como lidar com a situação. Afinal, muitas crianças têm dificuldades ou nem mesmo sabem manifestar seus sentimentos e sinalizar que precisam de ajuda. Portanto, a ação dos pais é fundamental nesse contexto.
A maneira como a família age diante do quadro de ansiedade em crianças pode ser determinante para amenizar os sintomas e até para diminuir a ocorrência de crises. Nesse sentido, boas práticas incluem:
- manter-se perto e dar apoio nos momentos delicados, para a criança perceber que pode contar sempre com o suporte familiar;
- demonstrar uma postura compreensiva e empática, em vez de usar falas impositivas e/ou respostas explosivas;
- manter uma rotina saudável, que envolva atividades que promovam bem-estar e diversão, o que favorece a saúde mental da criança;
- dar, sempre que possível, bons exemplos de gestão do estresse, de resiliência e de autocuidado, já que as crianças costumam aprender por modelação;
- buscar ajuda profissional para o tratamento da ansiedade infantil, o que pode incluir sessões com um psicólogo especializado e, eventualmente, um tratamento medicamentoso (nesse caso, uma boa alternativa é conversar com o profissional sobre a possibilidade de recorrer a fitoterápicos).
Como dissemos, a ansiedade em crianças vem se tornando cada vez mais comum. Então, é essencial manter um olhar atento para identificar alterações comportamentais que possam indicar a presença dessa desordem emocional. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado à faixa etária são cruciais para evitar um possível agravamento da condição.
E você, já lidou ou vem observando sinais e condutas que podem ser associados à ansiedade infantil? Deixe o seu relato nos comentários!